
Nascida em 1988 no Brasil e sediada em Marselha - França, Anna Moraes explora diferentes entendimentos do desenho contemporâneo que tipicamente respondem à localização e interagem com a paisagem. A sua pesquisa examina a relação entre o desenho e a sua ligação com o ambiente, o espaço e a natureza, a partir da sua observação e experiência do mundo. Através da sua prática, investiga a forma como elementos subtis podem revelar ligações profundas entre a perceção humana e os fenómenos naturais.
Para materializar as suas investigações artísticas, Anna Moraes trabalha com vários meios, incluindo desenho, instalação, arte sonora e vídeo. O seu processo começa com os elementos fundamentais do desenho - ponto, linha, espaço e imagem - antes de se expandir para outras formas de expressão quando o trabalho assim o exige. Esta abordagem multimídia permite-lhe explorar plenamente as complexidades dos seus temas, seja criando montanhas a partir de raios X de amigos e familiares, explorando a transição do céu azul para o nevoeiro branco, ou simulando uma potencial queda do céu - trabalhos que se inspiram tanto em preocupações ecológicas como na cosmologia indígena brasileira.
Sua pesquisa acadêmica e prática artística são enriquecidas por colaborações com grupos de pesquisa das universidades UDESC e UFMG, contribuições para publicações especializadas em arte e envolvimento com espaços de investigação de processos criativos. Esta rede de parcerias institucionais permite-lhe aprofundar os fundamentos teóricos da sua prática, mantendo um diálogo dinâmico entre a investigação académica e a criação artística. Atualmente, desenvolve uma série chamada “mofo”, que sintetiza seus interesses em técnicas de desenho e estudos antropológicos, criando uma ponte entre seus trabalhos anteriores baseados em paisagens e novas explorações de formas e processos orgânicos.
Anna Moraes é mestre em História da Arte pela UDESC (2019) e doutora em Artes Visuais, Processos Artísticos Contemporâneos pela UDESC (2024). Seu trabalho tem recebido importantes reconhecimentos, entre eles o Prêmio Aliança Francesa de Arte Contemporânea/SC (2020) e o Festival do Minuto: Prêmio Melhores Minutos (2022). Expôs amplamente, participando de exposições notáveis, como a Bienal Internacional de Curitiba (2019), a VI Bienal do Sertão (2023) e o Projeto Portas Abertas da 13ª Bienal do Mercosul (2022). Seu trabalho foi selecionado para diversas chamadas abertas e editais no Brasil e na Europa, e realizou residência artística na Cité Internationale des Arts, em Paris (2021).